Ah! Se ela soubesse...

Era uma quarta-feira comum. Quando acordei, olhei para Julia dormindo ao meu lado e percebi o quanto amava aquela mulher. Fui trabalhar e na hora do almoço passei em uma floricultura e pedi para que a senhora, dona da loja, separasse um buque de flores para mim. Ao final do expediente passei por lá e peguei o buque, que estava bem bonito, inclusive.
Julia normalmente chega em casa antes de mim, então não tinha como fazer tanta surpresa, mas eu queria que ela soubesse o tanto que eu a amo. Fingi ter perdido a chave e quando cheguei, bati na porta. 
Ela me recebeu com um olhar apaixonante. Seus olhos brilhando para mim me faziam querer ela ao meu lado pra sempre. E aquele sorriso? Era o que estava faltando pro meu dia melhorar. Logo percebi que ela estava com o vestido que a dei de presente. Dei um abraço nela e pude sentir seu coração acelerado, como na primeira vez que nos vimos. Entreguei o buque de flores a ela e pude perceber sua surpresa. Isso me deixa feliz demais. Ah! Se ela soubesse...
Dissemos juntos: -“Amor, eu te amo.” E ela deu uma gargalhada, que foi uma das coisas que mais me chamou atenção nela, quando a conheci.
Entramos em casa e notei algo diferente. A mesa estava posta, a casa arrumada e brilhando. Cheiro da minha comida preferida no ar e o perfume de minha Ju, para completar.
Fui para o banho e quando saí, pude perceber um embrulho em cima da cama. Quando abri, era uma blusa que eu estava louco para comprar. Sai correndo do quarto, vi a comida no prato e o amor por ela ardendo em mim.
Ela estava na cozinha. Eu a abracei pela cintura dei um beijo em seu pescoço e agradeci pelo presente. Pude perceber sua satisfação.
Fomos jantar e falamos mais do que comemos, como era de costume. Amo nossa relação de amizade e atração, amor e seriedade.
Quando ela ia se levantar para tirar a mesa, a pedi que esperasse ali. Fui ao quarto e peguei em minha pasta do trabalho o resultado do exame que ela fez há dois dias. A enganei dizendo que sairia apenas na próxima semana, para que pudesse fazer essa surpresa. Levei o papel até ela, que estava com uma expressão de que não estava entendendo aquela situação. A entreguei e ela começou a ler. Certa hora ela parou, me olhou e continuou lendo. Até que vi seus olhos brilharem de uma forma espetacular e quando me dei conta ela estava em meus braços sorrindo e chorando. A acompanhei nesse momento e chorei junto. Chorei de alegria e amor, de emoção e orgulho.
Nos amamos o restante da noite. Lembrei-me de nossa lua de mel. Havia simplicidade e euforia, inocência e paixão. Éramos um casal louco pela vida e que sonhava em gerar uma. Ela adormeceu em meus braços e mais uma vez, percebi o quanto amo essa mulher. Que eu escolhi para ser meu refúgio, meu porto seguro.
Carolina Ribeiro

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